01/09/2016

POUCA TERRA, MUITA TERRA - crónica in Quinzenário TREVIM, edição de 1 de Setembro de 2016


Fotografia de Helder Jorge Tomás Medina



Pouca terra, muita terra

Li, reli e não tresli: “Plano regional de transportes ignora Ramal da Lousã”. Vinha no nosso TREVIM de 18 de Agosto último. Parece que uma tal “Comunidade Intermunicipal da Região de Coimbra”, fundamentada numa remota empresa de engenharia do Porto, a “TRENMO”, nem pia sobre a autêntica ferida aberta que continua a ser a suspensão do serviço ferroviário de Coimbra a Serpins.
Para mim (como decerto para milhares de cidadãos mais), isto é mais do que mera incompetência política. Isto roça a irresponsabilidade criminal. Num português vazio, bem pode a papelada do “Plano Intermunicipal de Mobilidade e Transportes” apregoar a “necessidade de uma inversão da quebra de competitividade do sistema de transporte público”, agitando a bandeirinha retórica do “aumento da eficiência, eficácia, competitividade e conveniência” – tretas, digo eu: tretas. O que queremos todos é o comboio de volta. Chamem-lhe “metro”, chamem-lhe o que quiserem – qual seja o nome, queremo-lo de volta porque é nosso e porque não é um capricho mas uma necessidade crucial que em outros melhores tempos tínhamos por satisfeita.

Setembro tem de ser o mês em que a iniciativa do TREVIM seja ouvida, lida & e tida em devida conta. A petição pública pela reposição do serviço rodoviário do Ramal da Lousã é de uma qualidade democrática cada vez mais rara nestes tempos de esvaziamento cívico e de estupidificação massiva. A linha está bem. Reponham-se os carris onde criminosamente foram arrancados. E que rolem cabeças até que de novo role o serviço de boa memória. Memória oxalá que futura.

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Canzoada Assaltante