19/09/2015

Rosário Breve n.º 423 - in O RIBATEJO de 17 de Setembro de 2015 - www.oribatejo.pt

Valsinha das Verdades

1.
Dívidas não apagam tristezas.
Verdade.
Burros mudos caem do céu.
Verdadinha.
Os donos das nozes têm Deus nos dentes.
Verdadona.
Foi pelo trio de axiomas supra-expostos que não assisti ao debate(-me, qu’eu gosto) entre os dois Coisos que V. sabeis. Não assisti. Extinguiu-se-me qualquer veleidade de novidade ante mais-do-mesmo-seja-qual-deles-for-o-que-vier-a-ser. Preferi reler o ribatejano Ruy Belo. Ruy Belo, o grande Poeta que devassou a Taprobana da Opus Dei para lograr a escassa esperança da CEUD.
Aquele homem para quem, todavia, isto-Portugal era, apesar de tudo, a Terra da Alegria.

2.
Dúvidas não apagam alegrias.
Verdade.
Burros surdos chegam ao céu.
Verdadinha.
Os das vozes-dos-donos a si mesmos, fartos de nozes, se endeusam.
Verdadona.
Nem me debatem uma face, nem eu dou a outra. Dá-la(s)-eis V., se assim o entenderdes, votando mal: com a cruz no sítio errado do boletim, que é o vosso próprio lombo. É a Cracia-do-Demo, por assim dizer.
Ou a Arquia-do-Mêmo, como já dito.

3.
Dádivas não dão vidas – dão só esmola.
Verdade.
Curros da caridadezinha urram piedadezinha.
Verdadinha.
Sem miolo na noz, até o burro tem voz.
Verdadona.
Refugiados? Beatificação à-la-minuta de oportunistas canonizáveis, por mais bem-intencionados alguns sejam.
E os nossos velhos-de-pensões-do-Restelo? E a nossa desertificação sem ser à bomba? E quase toda a gente de cá sem subsídio nem médico-de-família?
Isto é para levar a sírio ou a sério? Ou é só para acender o círio?

1-2-3 e Pára o Baile
Dívidas.
Dúvidas.
Dádivas.
Ávidas.
Cúpidas.
Ínvias.
Ruy Belo, o Ribatejano de São João da Ribeira (Rio Maior), outro tratamento a tudo isto daria.
Mas isso seria, só dele, Poesia.
Talvez isto não fosse nem grande Terra, nem pequena Alegria.
Por mim, todavia, cada vez que venho ali da Síria, é à séria.
À séria – & de Luxe.
Sem stress e à Strauss.


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Canzoada Assaltante