03/06/2013

BAILE SOZINHO ou O INVERNO DE QUELUZ - 30 (manhã de 10 de Maio de 2013)

30


                                                                                                                                               

E do turíbulo do coração fumega o incenso moral.
Passa-se isto quando Peter “Columbo” Falk já morreu.
E quando o meu (re)conhecimento entra mortos adentro
para celebrar na mera laranja o rubi do fogo-ouro.
Suporto a tarde, é verdade, mas não sou vespertino.
Dirimo a íntima quezília, sou forte sem dados lançados.

Os presidiários conhecem os horrores diários
que aos ventos soltaram aziagamente.
Nem a vida deles paga os assassinados.
Não creio na bonomia da lei.
Quando músico-de-baile, ia ao bufete nos interlúdios.
Tomava o meu cálice e amargava sozinho.

Estou aqui que posso, não matei ninguém
e por vezes duas a alguém ajudei já a fazer.
O meu único pecado mortal,
ao Vosso igual,
é haver nascido.
O mesmo é dizer que uma mulher se me fez nascente.

Ora, acontece que nascer
não deveria ser
tão vinculativo.
Resgato-me na sabença de ler & escrever,
dois afins modos de ser
que me dão o estar, e o ser, vivo.

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Canzoada Assaltante