08/06/2011

ROSÁRIO DE ISABEL E DINIS seguido de OUTRAS FLORAÇÕES POR ESCRITO - 4. DIÁRIO DE UM DIA (fragmento 17) - Coimbra, segunda-feira, 21 de Março de 2011

Se de um dos cantos da minha boca florir de repente um tumor de gerânios,
far-me-ás o favor de não pensar em sexo
mas em ternura a mais cristalina,
menina.

Pertenço à obrigatoriedade fiscal do coração.
Este é o meu livro novo antigo, a via latina
que posso.
Não posso ou peço mais do que esta/isto.
O resto será trabalho do Mefisto – ou
coisa tal.

Nasci em Portugal.
Certa ocasião (já os Beatles trabalhavam no duro),
o futuro começou a acontecer-me qual
metástase do dito Portugal.
Havia vacanças no Verão,
margarina, sal e pão,
a Mãe era então viva, movia-se:
e no resto da família vivia-se
como se nada nem ninguém fosse morrer.
Ora, o que tinha de acontecer,
digo,
era isto: sobreviver.
Para futuro, é duro,
meu amigo.

2 comentários:

Manuel da Mata disse...

Gostei. Li e aprendi. Aprendo sempre, quando passo por aqui. Abraço.

Daniel Abrunheiro disse...

Obrigado, meu Amigo. Amanhã mando-te um abraço aniversariante sempre especial, como tu.

Canzoada Assaltante