12/05/2011

Rosário de Isabel e Dinis - 30 (fragmento 2) - Coimbra, segunda-feira, 9 de Maio de 2011


Agora já não, não vou agora tocar a casa emoldurada de limoeiros vivos que diz Vila Lourenço ou coisa afim assim, não vou, agora não.
Vou, antes, cruzar esgrimas com quantos quens para a frente me espelham outros tantos ninguéns.
Já tiro os óculos, já ao rosto subo o leque das mãos massagistas, terçam-se-me já os olhos plenos de uma fadiga de formiga versilibrista por claríssima escassez de talento.
Isto por aqui é um bairro, além crestam de sol-sebo as últimas colinas que os empreiteiros e o município não devastaram ainda (não ainda, agora não): eu sinto.
É pela hora a que os regressos dão flor. Gente massacrada pelo busca-pão vai re-roer ossos em pardieiros a crédito, dentro de que filhotes-mochilas videojogam brutalidades americanas chipadas em Taiwan. Noite adentro, os homens-lixo esventrarão os contentores de nossos comuns dejectos-projectos: versos, casamentos, pensos higiénicos, garrafitas de iogurte bebível, futuros.

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Canzoada Assaltante