01/03/2010

Um Pouco de Tudo Quase Nada (V)



© Sandra Bernardo, 7 de Fevereiro de 2010

V





Temos por vezes a decência do lixo urbano,
figuras corvoadoras do anonimato da manhã.
Teremos já sido filhos de alguém, agora não,
agora os tempos são outros, como é normal.


Várzeas crestadas de impune luz não dulcificam
a sombra de quem sombrio passa à sua vida.
Requintes duram já pouco, como é normal,
os pátios são lunares, tais as marés e as mulheres.


Isto verificado, mais se adianta a hora,
anisada a pensativa horda-álea
de choupos e salgueiros continente.


Fio de boca, parkings e bordas de rio:
e, vá lá, um soneto que não desmereça
a honesta escrevinhidão do pouco vivo.

1 comentário:

fj disse...

ora aqui está uma excelente fotografia!

Canzoada Assaltante