18/02/2006

Sábado, Fevereiro

Outro dia.
A cidade sobreviveu à chuvada nocturna.
Na saleta, deitado sobre grená, estive até horas pardas a ver se a televisão era ou não capaz de sedar-me.
Não foi.
Seguiu-se uma colecção de três sonhos sem interesse narrativo.
Às sete da manhã, o mundo pôs-se a chiar como uma chaleira.
Levantei-me, dei as costas ao espelho e despenhei-me de amarelas águas.
Decidi não fazer a barba.
Aqueci café na cafeteira azul.
Sentei-me à janela da cozinha e deixei passar.
De repente, estou aqui.
De repente, já não.



Coimbra, manhã de 18 de Fevereiro de 2006

6 comentários:

Anónimo disse...

Levantei-me, dei as costas ao espelho e despenhei-me de amarelas águas. Tantas vezes e nunca contado assim. Tudo pode ser reinventado. Uma lição. Não deixo de sorrir.

Anónimo disse...

Daniel
poquê "DE amarelas águas"?

Daniel Abrunheiro disse...

o DE justifica-se: o mijo até as preposições puxa.

Daniel Abrunheiro disse...

"poquê?"

Anónimo disse...

poque nachi em macau!

SDF disse...

hummm... DE macau não soaria "polquê" ? ;-)

Canzoada Assaltante