10/01/2006

Sai Sempre

Deixo isto escrito.
A mulher por cima da loja entretém-se, moribunda de duas operações de barriga aberta que os doutores fecharam à pressa, a morrer.
Em baixo, espera-se.
Os clientes falam em surdina na loja, por respeito.
Há chocolates no jogo dos furinhos, sai sempre.
A arca frigorífica vertical suporta uma jarra de dourados perpétuos, não tanto assim, perpétuas, as flores suportadas nem a de cima.
Hão-de sair.



Botulho, noite de 9 de Janeiro de 2006

7 comentários:

Anónimo disse...

Belo. Que quadro!
Não lhe mexas :) que eu dou conta.
Sabes do Gonçalo M. Tavares?
Continuo a passar por aqui. Faço-o quase diariamente. Por vezes, mais de uma vez.

Daniel Abrunheiro disse...

Sei do Gonçalo MT. É um escritor. Ok.

Anónimo disse...

Essa do Gonçalo era só para dizer-te que gostei tanto como... Nada de mais. Um forma básica de dizer-te que gostei muito. Já li por aqui: gosto tanto como... Lobo Antunes. Não te abespinhes:). Com o Lobo não te abespinhaste, pareceu-me, com o Gonçalo como foi? É um escritor, Ok.

Daniel Abrunheiro disse...

não me abespinhei nada. peço desculpa se pareci lacónico. obrigado por leres.

Anónimo disse...

quem agradece sou eu... tá bem, agradecemos os dois... como dizes? obrigado/obrigado :)

Anónimo disse...

Vai que dá...

Gabriel Oliveira disse...

É mesmo. Quadros assim descritos, merecem um pouco de óleo, ou acrílico, ou carvão.

Canzoada Assaltante